(In)esquecível

Opero em um cabo de guerra com a vida. Oscilo entre autoindulgência gerada pelas falhas na vida e a lembrança da simples prática de uma mentalidade. É uma roda da fortuna ― um dia estou por baixo, tão intensamente quanto por cima, e tão breve e efêmero quanto então. Certas ideias já escrevi e odeio me repetir, mas parece natural que mas repita. No trato da escrita, como sempre, basta começar, começar de qualquer lugar. Continue lendo “(In)esquecível”

Voltei

Darei uma satisfação pra quem ainda tem esperança neste recinto.

Longa história resumida: placa wireless do notebook queimou, empaquei no segundo rascunho da novela, desisti de escrever por coisas da vida, deprimi. Final de 2016 voltei a escrever; contos diários, crônicas (pseudo)semanais; li mais livros de dramaturgia. Lido: The Art of Dramatic Writing; lendo: The Anatomy of Story. Planejo retomar a novela e aplicar as técnicas de roteiro que aprendi, porque, pasme: falando de storytelling, cinema ajuda mais do que livros.  Continue lendo “Voltei”

Memento

No momento que escrevo isto as abas de um papel arrancado voam por causa do ventilador e penso que é um inseto que se aproxima de mim; sem camisa sinto como se um monte desses bichinhos, voadores ou não, me tocam e me pinicam a todo momento e lugar. É o calor? Não sei: lá fora tem uma barata e eu vi sombras, juro, sombras de coisas vindo no meu pé mas depois concluí que foram vultos de mim mesmo, enfim, minha própria sombra me assustando… É madrugada. Acho que vou sonhar com insetos, baratas e monstrinhos voadores esta noite, assim como noutro dia. Vim só para dizer que estou vivo; que postei uma crônica recentemente no blog do meu amigo no Mangatom, e as crônicas estão seguindo firme e forte, alguns sábados não posto porque — sei lá, porém mantenho o ritmo semanal. E, já que estou aqui, também direi que estou com uma novela a vista. Sim. Final do ano passado, exatamente no começo de dezembro iniciei a escritura de uma novela, ou noveleta, não sei nem como definir pois por certo logo que publicar haverá quem diga que não se trate nada mais que um conto longo e dividido em capítulos. Ainda estou matutando em como vou apresentá-la: quero que seja algo de graça acessível a todos, até a quem não tem leitor eletrônico, etc, etc. Qual o tema? Não posso e nem quero dizer. É segredo. Posso somente alimentar a imaginação revelando que o tema centra numa única palavra das 255 deste parágrafo.

Estilo do escritor: um achismo

É só um achismo meu mas não existe “estilo” de prosa como eu e alguns cremos existir. Essa imaginação que temos de poder identificar um autor só pelo seu estilo, só pela sua prosa, isto é, as palavras que ele usa, a maneira como constrói as frases, extensão dos parágrafos, a forma como ele trata o diálogo e outras coisas mais que devo considerar, são baseadas no “estilo” de traço e pintura que identificamos facilmente em artes e desenho. Mas esse “estilo” do desenhista ou do pintor, percebi recentemente, é diferente do estilo do escritor, da obra literária.  Continue lendo “Estilo do escritor: um achismo”